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Herpes genital

O que é?

O herpes é uma infecção causada pelo vírus do herpes simplex, do qual existem o tipo 1 e o tipo 2. Além da região genital, o vírus pode infectar o ânus, as nádegas, a parte superior das coxas, a boca, os lábios ou a face.

O vírus invade o organismo humano frequentemente através de um ferimento na pele ou pela mucosa da boca e da área genital. Uma vez dentro da célula, o vírus usa o material da célula do hospedeiro para se reproduzir.

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Neste processo, a célula é destruída. A destruição da célula é responsável pelos sinais e sintomas característicos do episódio de herpes. Periodicamente, o vírus pode sofrer reativação, provocando novamente os sintomas da doença.

Nas mulheres, as áreas genitais mais comumente acometidas são a vulva e a entrada da vagina. O colo do útero também pode ser atingido. Nos homens, as áreas mais atingidas são a glande (cabeça do pênis), o prepúcio (pele que recobre a glande) e o corpo do pênis. Tanto homens como mulheres podem apresentar também lesões na região ao redor do ânus, nas nádegas e virilhas.

Manifestações clínicas do herpes genital

Em geral, os sintomas da infecção inicial são mais intensos do que os das reativações virais porque o organismo ainda não foi exposto ao vírus para desenvolver anticorpos. O episódio inicial pode durar mais de 20 dias e até ser acompanhado de sintomas gerais, como febre e aumento dos gânglios próximos à infecção (íngua), além das lesões típicas do herpes.

Na maioria das pessoas, os primeiros sinais da doença são observados entre 2 e 12 dias após a exposição ao vírus. Os sintomas podem começar com formigamento, coceira, queimação ou dor, seguidos do surgimento de uma mancha avermelhada e dolorosa. Em um dia ou dois, sobre a mancha, aparecem vesículas (pequenas bolhas) com líquido claro ou amarelo-esbranquiçado.

As bolhas rompem-se rapidamente deixando feridas dolorosas que evoluem para a cicatrização em cerca de 7 a 10 dias. Em alguns casos, as bolhas rompem-se tão rápido que nem chegam a ser notadas e são percebidas apenas as feridas.

As reativações

Uma vez no organismo, seguindo através de um nervo da área afetada, o vírus do herpes genital se instala num gânglio nervoso, próximo à coluna vertebral, onde permanece em estado latente. Após o surto inicial, a pessoa acometida pela doença pode desenvolver anticorpos que mantém a infecção inativa indefinidamente e nunca chegam a apresentar uma reativação.

Outras pessoas, em certos momentos, apresentam novos surtos da infecção, que representam uma reativação viral. Os sintomas das reativações são em geral mais brandos que os da infecção inicial. Também costumam apresentar sintomas de formigamento, ardência, coceira ou dor antes do surgimento das lesões, caracterizadas pela vermelhidão e pequenas bolhas que se rompem deixando as feridas que cicatrizarão em cerca de 7 a 10 dias.

Reativações frequentes acometem uma minoria de pessoas que podem apresentar até 2 surtos a cada mês, o que traz um grande incômodo e transtorno.

O que desencadeia as reativações

A reativação ocorre quando o vírus se multiplica no gânglio neural e as partículas virais migram pelo nervo para o local da infecção primária na pele ou nas mucosas (bucal ou genital).

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Os fatores que desencadeiam esta reativação variam de pessoa para pessoa. Entre eles estão o esgotamento físico, outros processos infecciosos, menstruação, ingestão excessiva de álcool, exposição solar intensa, condições que debilitem o sistema imune e estresse emocional.

A fricção ou traumatismos repetidos no local da lesão como, por exemplo, durante a relação sexual, também podem levar ao surgimento de reativações em algumas pessoas.

A transmissão da doença

Geralmente a transmissão ocorre quando a doença está ativa. Durante um episódio de herpes, genital ou extra-genital, a infecção pode ser transmitida desde o início do surto até a cicatrização da última ferida. As lesões faciais também podem ser transmitidas para a área genital pela prática do sexo oral.

No entanto, a infecção também pode ser transmitida mesmo quando não existem sintomas, durante períodos em que há a eliminação de vírus sem lesões aparentes. Estes períodos não podem ser previstos mas podem ocorrer ocasionalmente.

Para diminuir os riscos de transmissão do herpes genital durante deve-se evitar manter relações sexuais quando houver sinais e sintomas da doença ou utilizando-se preservativos (camisinha).

Primeiro surto sem contato sexual recente. Como pode?

Pode acontecer de um parceiro de uma relação prolongada apresentar pela primeira vez um surto de herpes genital mesmo sem ter tido contato sexual com alguém de fora da relação. Isto ocorre porque um ou ambos os parceiros já eram portadores do vírus sem, no entanto, apresentar sintomas.

Em um momento de baixa imunitária, por um dos fatores já discutidos acima, o vírus pode ganhar força e desencadear o processo de multiplicação, provocando o surgimento do herpes pela primeira vez sem, necessariamente, ter havido a transmissão recente por outra pessoa.

Confirmação do diagnóstico

As lesões do herpes costumam ser bem características e, se o paciente procura o médico com as lesões em sua fase ativa, o diagnóstico pode ser feito através da colheita da história e pelo exame físico, principalmente se estiverem presentes as bolhas ainda íntegras.

A confirmação do diagnóstico pode ser feita através do exame laboratorial de material colhido das bolhas (ideal) ou das feridas, quando se comprova a presença do vírus herpes simples nas lesões.

A detecção de anticorpos contra o herpes através de exame de sangue não é suficiente, pois não pode definir o local da infecção pelo vírus, mas pode auxiliar quando já existe a suspeita do diagnóstico. Se o exame de sangue for positivo, o médico pode solicitar a coleta de material quando surgirem novas lesões para a confirmação do diagnóstico.

Como o herpes afeta a saúde em geral

A primeira infecção pelo herpes genital pode ser grave e cursar com sintomas gerais, semelhantes aos de uma gripe. Estes sintomas, associados à dor e ao desconforto das lesões, podem resultar em uma sensação de esgotamento. O quadro melhora com a cura das bolhas.

Relacionamentos: como contar?

É conveniente estar bem informado sobre a doença antes de contar ao parceiro ou parceira que você apresenta este problema. A maioria das pessoas reage positivamente diante da notícia e aprecia e respeita a sua honestidade.

As pessoas que optam por não contar ao parceiro sexual correm o risco de viver com medo, culpa e segredo. Conviver com uma mentira pode ser complicado, principalmente quando os surtos ocorrem com maior frequência.

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Quando ambos os parceiros compreendem perfeitamente quais são as chances de transmissão, pode-se decidir em comum acordo pela utilização ou não de preservativos. Durante um episódio da doença, também pode-se considerar formas não genitais de contato sexual.

Para as pessoas que apresentam reativações muito frequentes, comprometendo o padrão de relações sexuais, o tratamento antiviral pode ajudar a proporcionar uma vida sexual com menos incômodos.

Fertilidade e gravidez

O herpes genital não é hereditário e o vírus não afeta a fertilidade nem é transmitido pelo esperma do homem ou pelo óvulo da mulher.

As mulheres com herpes genital podem ter uma gravidez segura e um parto vaginal normal. Quando a mãe já tem história de herpes genital, ela terá anticorpos circulantes no sangue que protegerão o bebê durante a gravidez e o parto.

Existem apenas 2 situações em que o feto pode correr riscos:

– um episódio inicial de herpes genital grave durante os primeiros 3 meses de gravidez, que pode ocasionar um aborto espontâneo, o que é muito raro e pode ocorrer com outros tipos de infecção viral.

– um episódio inicial nos 3 últimos meses de gravidez, devido ao grande número de vírus presentes e tempo insuficiente para que a mãe produza anticorpos para proteger o feto, podendo a doença ser transmitida ao feto, provocando o herpes neonatal.

Mulheres grávidas sem histórico de herpes genital e cujo parceiro tem a doença, devem usar preservativos durante toda a gravidez para evitar adquirir a doença neste período. Se o parceiro tem história de herpes na área da face, deve ser evitado também o sexo oral.

Pais e filhos

O herpes genital, em qualquer um dos pais, em geral não afeta os filhos e existe pouco risco de transmissão desde que se tenha hábitos normais de higiene.

No entanto, os pais devem estar cientes de que o vírus do herpes pode ser transmitido pelas lesões orais através do beijo podendo causar infecção grave e disseminada no recém-nascido.

Tratamento

Não existe ainda uma forma de se eliminar definitivamente o vírus do herpes genital, mas existem tratamentos que oferecem alívio eficaz dos sintomas e controle da doença.

Os medicamentos de uso local, ajudam a diminuir a inflamação e a acelerar a cicatrização das lesões, assim como a evitar a contaminação secundária por bactérias.

A terapia antiviral, que consiste no uso de medicamentos por via oral, impede a replicação do vírus no organismo. O tratamento pode encurtar a duração de um episódio de herpes, devendo ser instituído assim que surgirem os primeiros sintomas, para melhorar a sua eficácia.

Em pacientes com reativações muito frequentes, o tratamento pode ser utilizado de forma supressiva. O paciente toma o medicamento diariamente para reduzir a frequência ou evitar os episódios de reativação.

No entanto, nestes casos, é necessário o seu uso contínuo pois, interrompido o tratamento, nada impede que a pessoa volte a ter novas reativações do herpes.

É importante ressaltar que se o estresse estiver atuando como fator desencadeante do herpes, medidas que possam combatê-lo vão ajudar a controlar as reativações.

Manter uma vida saudável, melhora a saúde como um todo, aumentando a defesa orgânica e ajudando também a controlar a doença.

Vale a pena ler o artigo sobre herpes simples e estresse.

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Publicado por: Dr. Roberto Barbosa Lima – Dermatologista Titular da SBD
Site da clínica: www.barbosalima.com.br
Instagram: @dr.robertobarbosalima

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Dr. Roberto Barbosa Lima

Médico Dermatologista

Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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