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Estresse e alopécia areata (pelada)

Novas observações imunológicas e bioquímicas vêm juntar-se às suspeitas, que já existiam, de que os cabelos estão em parte submetidos a influências da mente através da ligação mente-folículo piloso.

Até há algum tempo atrás, somente eventos clínicos sugeriam essa relação em pacientes com alopécia areata, também chamada pelada, doença que se caracteriza pela perda de cabelos em áreas circulares, que pode evoluir para a totalidade dos cabelos e pêlos. O desenvolvimento das pesquisas científicas vem mostrando, cada vez mais, que essa possibilidade é real numa percentagem desses casos.

Alopécia areata: doença auto-imune

Há muito, os fatos clínicos indicam uma natureza auto-imune para a alopécia areata. É sabido que muitos casos ocorrem em associação com outras doenças da mesma origem, como tireoidite e vitiligo.

Em trabalho publicado na revista Autoimmunity Reviews, Amos Gilhar e Richard S. Kalish, da Faculdade de Medicina Technion, de Israel, afirmam que, nas biópsias, o aspecto mais característico da alopécia areata é a infiltração de células imunitárias em torno e dentro dos folículos pilosos.

Além disso, agentes imunossupressores, como corticosteróides e ciclosporina, e tratamentos com imunoterapia dão efeitos benéficos em muitos casos. Isso indicaria um componente de auto-agressão contra o folículo piloso.

Mediadores da ação do estresse sobre o folículo piloso

É bastante claro o fato de que traumas e situações de vida interpretadas como estressantes dão início a inúmeros quadros clínicos e certamente agravam qualquer condição patológica. Esses estados psicológicos são mediados por substâncias químicas que são liberados pelas terminações nervosas ou transportados pelos vasos sanguíneos.

Estas substâncias fazem a ligação entre o sistema nervoso central, ativado pela mente, e a pele e sabe-se que há variações dessas substâncias na pele a cada mudança de estado mental, que podem gerar imunossupressão e reações imunitárias na pele.

A alteração das relações entre os mediadores químicos e as células cutâneas modifica o equilíbrio da pele e dá origem a inflamação e dermatoses, entre elas, a alopécia areata.

Ação de hormônios do estresse sobre o folículo piloso

Outro artigo mostra que o folículo piloso é um dos tecidos mais sensíveis aos hormônios, com um elevado grau de sensibilidade aos hormônios associados ao estresse. Estes hormônios agem como moduladores do crescimento do pêlo por meio da estimulação de receptores nos folículos pilosos. E, por outro lado, o folículo piloso age como fonte de todos esses mediadores do estresse.

Acrescentam os autores do artigo que o estresse há muito tempo é citado como possível causa de perda de cabelos e é reconhecido como fator agravante da queda e que a alopecia areata induzida por estresse pode estar associada à presença aumentada de receptores para o hormônio liberador da corticotropina na pele afetada.

Esse é o hormônio produzido pelo cérebro em resposta a estresse de qualquer tipo, inclusive psicológico, o qual desencadeia as reações no organismo em consequência à tensão.

Estresse: causa e agravação

Torna-se, pois, cada vez mais forte o entendimento de que o estresse pode, em certas pessoas, por ação da mente, através da conexão química entre o cérebro e o folículo piloso, desencadear o quadro da alopécia areata. Uma vez instalada, a doença torna-se responsável por profundas alterações emocionais no paciente e leva sempre a mais estresse, ansiedade e depressão, que funcionam como agravantes do estado clínico.

Colaboração: Dr. Roberto Azambuja – Dermatologista Sócio Titular da SBD

Dr. Roberto Barbosa Lima

Médico Dermatologista

Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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