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Microagulhamento para tratamento do melasma

O melasma é, sabidamente, uma doença de difícil tratamento. Em artigo publicado pelo Dr. Emerson de Andrade Lima, foi apresentada a avaliação de 22 pacientes com melasma recalcitrante, ou seja, irresponsivos ao tratamento tópico com clareadores e filtro solar, tratados pelo microagulhamento.

O melasma é uma doença frequente, caracterizada por manchas escuras de contornos irregulares, com intensidade variando do castanho-claro ao castanho-escuro, que aparecem em áreas da pele expostas ao sol. Acomete preponderantemente mulheres em idade fértil, sendo a localização mais comum a face.

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Os tratamentos do melasma raramente conseguem manter o indivíduo livre do melasma por muito tempo, apesar das muitas propostas terapêuticas disponíveis.

Mais recentemente, foi proposta a veiculação de ativos através da perfuração da pele por agulhas, o microagulhamento, de modo a se obter um melhor resultado.

Microagulhamento como tratamento isolado

Para os pacientes apresentados no artigo, estabeleceu-se como protocolo de tratamento o uso isolado do microagulhamento, sem a utilização de qualquer ativo tópico durante o tratamento.

microagulhamento

O procedimento foi realizado sob anestesia tópica com creme de lidocaína 4% aplicado 30 minutos antes da intervenção. Foi utilizado um instrumento com comprimento das agulhas de 1,5mm.

O tratamento foi realizado com movimentos de vai e vem, em torno de 10 vezes em 4 direções, desenhando 4 faixas que se sobrepuseram, resultando em um eritema difuso e sangramento pontuado discreto.

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Após 24h e nos dias que se seguiram, os pacientes foram orientados quanto à utilização noturna de fórmula despigmentante industrializada e filtro solar tonalizado industrializado com FPS 60. A mesma intervenção foi realizada 30 dias após o primeiro tratamento.

Microagulhamento: 100% de satisfação

Cem por cento dos pacientes relataram satisfação com os resultados. O grau de desconforto durante o tratamento foi considerado bem tolerável por 16 (70%) pacientes, e 6 (30%) informaram não ter sentido dor. Todos os pacientes relataram ter retornado às suas atividades imediatamente após o procedimento.

Os autores consideraram os resultados de bom a muito bom em uma escala de muito bom, bom, razoável e ruim. Também consideraram que todos os 22 pacientes tratados foram responsivos à técnica utilizada e que repetiriam o mesmo procedimento em outros casos com indicação similar.

Onze dos pacientes avaliados já estão com 24 meses de seguimento após o primeiro procedimento e vêm mantendo clareamento similar ao observado com 2 meses.

Apesar do amplo arsenal terapêutico disponível para o tratamento do melasma, incluindo novos e antigos ativos tópicos, tecnologias com luzes e peelings, o controle clínico dessa melanodermia é extremamente desafiador.

A proposta de veiculação de ativos com ação despigmentante tem sido utilizada, porém pouco se fala sobre a ação isolada do microagulhamento com potencial efeito clareador.

Nesta avaliação retrospectiva de 22 pacientes, pode-se presumir que o clareamento substancial observado na totalidade do grupo foi alcançado pelas modificações ocorridas na pele após a injúria moderada provocada pelas agulhas.

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Ainda não foi esclarecido como o tratamento funciona, porém a experiência dos autores demonstra resultados satisfatórios e reproduzíveis.

Conclusões

Diante destes resultados, os autores concluíram que:

1. O microagulhamento com comprimento de agulha de 1,5mm isoladamente, sem a adição de qualquer ativo, é capaz de provocar clareamento das manchas de pacientes com melasma recalcitrante.
2. O trauma provocado no procedimento deve ser modesto e a utilização de clareadores e filtro solar após o procedimento torna-se mandatória.
3. Apesar de algumas teorias propostas, o mecanismo exato de clareamento da pele ainda não está bem estabelecido.
4. Novos estudos controlados são necessários para melhor esclarecer o mecanismo de ação do microagulhamento no melasma, porém podemos concluir que o grupo avaliado apresentou resultados promissores com a nova proposta terapêutica.

Fonte: Lima EA. Microagulhamento em melasma facial recalcitrante: uma série de 22 casos. An Bras Dermatol. 2015; 90(6):917-9.

Dr. Roberto Barbosa Lima

Médico Dermatologista

Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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