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O enfraquecimento da pele pelo estresse

Recente trabalho de pesquisa, publicado em outubro de 2002 na revista Medical Mycology por Rodríguez-Galan e colaboradores, mostrou que o fungo Candida albicans passa do estado de comensal (não causador de doença) para o de patogênico (causador de doença) de acordo com o estado imunitário da pessoa.

A Candida existe normalmente na pele sem causar alterações. Em algumas situações de baixa da imunidade geral ela provoca as conhecidas lesões avermelhadas nas dobras ou nas mucosas, como é o caso de candidíase da língua em pacientes de SIDA, da candidíase em diabéticos, da candidíase que ocorre em crianças com dermatite de fraldas, da candidíase vaginal em mulheres com alterações do trato genital. Isso já era conhecido.

O que os autores do trabalho demonstraram foi que ratos expostos ao estresse crônico, logo após uma infecção por Candida, comparados a ratos que também foram infectados, mas não foram submetidos ao estresse, passaram a ter alterações nas células imunitárias, como a diminuição da função de defesa orgânica. Essas anormalidades foram consideradas responsáveis pela redução da resistência da pele à Candida, o que propiciaria a transição de sua forma comensal à forma patogênica.

Anteriormente, experiência realizada em 1995 pela Dra. Janice Kiecolt-Glaser e pelo Dr. Ronald Glaser, já tinha indicado prejuízos para a formação de cicatriz na pele. Foram comparados um grupo de pessoas com alto nível de estresse com outro com baixo nível de estresse. Em ambos os grupos os autores provocaram uma ferida na pele e acompanharam o processo de cicatrização.

No grupo com alto nível de estresse, a cicatrização levou um tempo significativamente mais longo para se completar do que no outro grupo. Esse resultado significou que as células encarregadas da regeneração da pele tiveram um desempenho abaixo do normal, quando a pessoa estava sob estresse.

Outra experiência, publicada em 1998 por Marucha e colaboradores, confirmou a anterior, mas com a particularidade de utilizar cada sujeito numa situação de calma e em outra, de estresse. Foi feita uma ferida no céu da boca de cada um de onze estudantes de Odontologia durante as férias e outra três dias antes de uma prova importante. A cicatrização completa levou três dias a mais na segunda situação, que envolvia estresse.

O estresse agrava as doenças da pele

Cada dia mais se comprova a influência negativa do estresse nos processos orgânicos. Quando a pessoa está em equilíbrio físico, o estresse cria as condições para a doença; quando já há uma doença instalada, o estresse agrava a doença ou dificulta a recuperação. Isso diz respeito a todos os órgãos do corpo.

Na pele, sabe-se hoje que muitas alterações ocorrem por ação do estresse na secreção de mensageiros químicos do sistema nervoso. O conhecimento da transmissão do estado de tensão à pele por via dos nervos e da corrente sanguínea está apenas no início, mas já torna claro que efetivamente a resistência da pele aos agressores diminui sob ação do estresse, assim como diversas outras alterações no funcionamento das células de defesa da pele e dos outros tipos de células cutâneas abrem caminho para a manifestação de doenças diversas.

Por isso, o cuidado em reduzir o estresse permanentemente é básico para o estado saudável e equilibrado do organismo. Sempre que uma doença é tratada, devemos dar atenção ao estresse que a acompanha. Há casos em que somente esse controle é suficiente para eliminar o distúrbio.

Colaboração: Dr. Roberto Azambuja – Dermatologista Sócio Titular da SBD

 

Dr. Roberto Barbosa Lima

Médico Dermatologista

Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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