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Afecções inflamatórias da AIDS

A desregulação do sistema imune, causada pelo HIV, leva a um aumento da resposta inflamatória para compensar a queda da imunidade celular (linfócitos T).

Esse aumento da resposta inflamatória é responsável pelo aparecimento de uma série de manifestações cutâneas que antes eram indicativas da progressão da imunodeficiência e que, hoje em dia, com o advento do “coquetel”, são consideradas, em alguns casos, como uma melhora da imunidade.

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É como se o organismo traçasse um sentido reverso, aquilo que aconteceu com a perda da imunidade, volta a acontecer quando da recuperação desta.

Dermatite seborreica e psoríase

A dermatite seborreica foi uma das primeiras manifestações dermatológicas relacionadas com a infecção pelo HIV. Comum à população geral, tem sua incidência aumentada nos pacientes com HIV/AIDS.

Normalmente, ocorre como placas avermelhadas com superfície descamativa, com escamas de aspecto gorduroso, localizadas principalmente na face e couro cabeludo, mas pode ocorrer também no tórax, no meio das costas, axilas e região pubiana, que são áreas mais oleosas, ricas em glândulas sebáceas.

Também chamada de seborréia, ou caspa, usualmente se concentra no couro cabeludo, quando na população geral. Nos pacientes com AIDS adquire um caráter mais severo, seu aparecimento normalmente á abrupto e repentino, e se concentra mais na face.

São mais rebeldes ao tratamento, recidivam com grande freqüência e, raramente, os pacientes referem história prévia de dermatite seborreica. Nos casos muito severos, utilizamos corticosteróides sistêmicos ou acitretina oral.

A psoríase é outra doença que causa lesões avermelhadas e descamativas, semelhantes à dermatite seborreica, mas da qual se diferencia por apresentar escamas mais secas e as lesões ocorrerem em áreas de extensão (cotovelos, joelhos). No entanto, no paciente HIV, ela se encontra com grande freqüência, invertida, atingindo as dobras, assim como na dermatite seborreica.

A dermatite seborreica, normalmente, responde bem aos tratamentos tópicos à base de cremes contendo corticóides (principalmente os de baixa potência como a hidrocortisona ou desonida) ou cetoconazol, e shampoos anti-caspas à base de alcatrão, cetoconazol, octoporix, ou piritionato de zinco.

Na psoríase, pode-se utilizar corticosteróides tópicos de alta potência, e/ou cremes à base de vitamina D3 (calcipotriol ou calcitriol) e nos casos mais graves, tratamento com acitretina oral. Os corticosteróides sistêmicos são contra-indicados no tratamento da psoríase.

Outras afecções inflamatórias

Outra manifestação comum, é o prurido relacionado à AIDS, que consiste de lesões que coçam muito e que cursam com períodos de piora e acalmia, sem causa aparente e de difícil tratamento. Caracteriza-se por lesões elevadas e avermelhadas ou da cor da pele, normalmente escoriadas e com crostas na superfície (“casquinhas”), devido à coceira intensa, e que deixam marcas acastanhadas como cicatriz.

Estes pacientes, normalmente, apresentam a pele ressecada, o que faz aumentar a sensação de coceira. O tratamento é feito com cremes corticosteróides de média ou alta potência e, anti-histamínicos sistêmicos, nos casos mais rebeldes pode-se utilizar corticosteróides orais.

Deve-se manter a pele hidratada, através de cremes ou loções hidratantes, evitar o uso de sabonetes em excesso e banhos muito quentes, pois estes retiram a oleosidade da pele, piorando o quadro.

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Reações adversas a drogas e fotossensibilidade são eventos comuns durante o tratamento dos pacientes com HIV/AIDS. Várias medicações causam alergias com freqüência, normalmente em forma de “rash” cutâneo (vermelhidão na pele) ou de lesões semelhantes a urticária e, usualmente, acompanhadas de muita coceira.

Alguns pacientes ficam mais sensíveis a radiação ultra-violeta após a infecção pelo HIV e, como algumas drogas são fotossensibilizantes (como as sulfas e tetraciclinas), esta situação pode fazer ativar ou agravar a reação à droga.

A principal medicação causadora é o sulfametoxazol + trimetropima, usada no tratamento de pneumonia. Drogas utilizadas no “coquetel” também podem desencadear este tipo de alergia, sendo necessário, na maioria das vezes, suspender a medicação. Além disso, podem provocar o aparecimento de granuloma piogênico nas unhas dos pés (“carne esponjosa”), ressecamento da pele e lesões semelhantes a dermatite atópica (“alergia cutânea”).

Colaboração: Dr. Marcio SerraDermatologista Sócio Titular da SBD

Dr. Roberto Barbosa Lima

Médico Dermatologista

Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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