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Fotoproteção e Vitamina D: quais os riscos?

A proteção solar tornou-se uma prática muito utilizada nos dias atuais por pacientes que já sofreram algum tipo de câncer de pele e também como prevenção pelas pessoas que apresentam maior risco de desenvolverem o tumor.

Contudo, alguns estudos têm sugerido que a fotoproteção da pele poderia colocar esta população em risco para desenvolver deficiência de vitamina D e, como resultado, os pacientes estariam sujeitos a futuras alterações na mineralização óssea.

Vitamina D e tecido ósseo

É inquestionável a importância da vitamina D para o tecido ósseo. Sua deficiência está associada a um risco aumentado de deformidades ósseas e fraturas.

A vitamina D tem sua produção estimulada pela exposição da pele à radiação ultravioleta B (UVB), sendo limitadas as fontes naturais através da dieta. Coincidentemente a radiação UVB é considerada o fator mais ativo na formação do câncer de pele.

Portanto, os pacientes estão recebendo, por parte dos médicos, orientações de saúde antagônicas: a fotoproteção para evitar o câncer de pele e, ao mesmo tempo, a necessidade de exposição solar para garantir uma boa produção de vitamina D.

Pesquisa para avaliar níveis de vitamina D em pessoas fotoprotegidas

Foi realizada uma pesquisa para avaliar se a orientação para uma proteção solar absoluta traria prejuízo ou não da produção de vitamina D, comparando-se com pacientes que não praticam a fotoproteção. Os participantes tinham entre 35 e 60 anos e pele clara.

Os que se fotoprotegeram não se expuseram ao sol entre 9 e 15 horas nos últimos 6 meses ou o fizeram sempre com forte proteção solar (roupas e/ou filtro solar aplicado corretamente) e os que não se protegeram se expuseram regularmente ao sol nos últimos 6 meses e não utilizaram nenhum mecanismo de fotoproteção.

Resultados

Em todos os pacientes foram dosadas no sangue as concentrações de vitamina D e observou-se que nos indivíduos fotoprotegidos ocorreram valores menores da concentração de vitamina D do que naqueles que não se protegeram, mas não o suficiente para causar a deficiência de vitamina D.

Esta é uma diferença esperada, porém, sem repercussão, pois os fotoprotegidos, apesar de valores médios mais baixos, continuam dentro da faixa de normalidade e, portanto, não ficaram deficientes em vitamina D.

Vale ressaltar que, em um país tropical, como o nosso, a proteção solar absoluta é impossível de ser praticada e, portanto, conclui-se que a radiação solar UVB do dia a dia é suficiente para promover a produção adequada de vitamina D.

Conclusão

Os resultados deste trabalho, realizado com pessoas de pele clara, demonstraram a capacidade de se produzir vitamina D com as pequenas exposições do dia a dia.

Isto oferece ao médico uma segurança para indicar a fotoproteção em indivíduos de maior risco para o câncer de pele, sem temer o prejuízo dos ossos.

Fonte: Boletim Informativo do GBM (Junho/2006).

Dr. Roberto Barbosa Lima

Médico Dermatologista

Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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