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Isotretinoína oral para o rejuvenescimento da pele

O primeiro relato do uso da isotretinoína oral como tratamento associado a diversos procedimentos cosmiátricos, com finalidade de potencializar os resultados, data do ano de 2000.

Foram tratadas 120 mulheres, com idades entre 35 e 65 anos, com doses diárias de 10 ou 20mg, 3 vezes por semana, durante 2 meses, divididas em 2 grupos de 60 pacientes.

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No grupo A, a droga foi associada aos procedimentos e no grupo B só foram realizados os procedimentos, todos na face.

O seguimento foi de 6 meses e os autores concluíram que os resultados foram melhores no grupo A.

Estudos brasileiros avaliaram o uso da droga

Oito anos depois, a segunda publicação foi um estudo brasileiro, aberto, não controlado, que incluiu 50 pacientes, com idades entre 40 e 60 anos, de fototipos I a III. A dose diária utilizada foi de 20 mg, 3 vezes por semana, durante 3 meses.

A avaliação final foi realizada em 30 pacientes. Os autores concluíram que houve melhora clínica comprovada por exames realizados por biópsia da pele.

Em 2009, um segundo estudo brasileiro com delineamento diferente foi publicado. Foi realizado com 30 mulheres, com idades entre 40 e 55 anos, divididas em 2 grupos para comparação de duas doses diárias, 10 mg ou 20 mg, 3 vezes por semana, durante 3 meses.

Não houve grupo controle. Na avaliação dos investigadores, os resultados clínicos foram bons ou regulares e, na opinião das pacientes, os resultados foram: 34,5% excelente e 65,5% bom ou regular. Exames por biópsia também mostraram benefícios.

Estudo com grupo controle

Em outro estudo, controlado e comparativo, realizado pelo grupo dos autores deste artigo, foram incluídas 31 mulheres, com idades entre 40 e 55 anos, divididas em 2 grupos: A – 21 mulheres, tratadas com isotretinoína oral, 20 mg/dia, 3 vezes por semana, associada ao uso de hidratante e filtro solar e B – 10 mulheres, tratadas apenas com hidratante e filtro solar, durante 3 meses.

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Os dois grupos tratados foram submetidos a avaliações da eficácia pela opinião dos pacientes, dos investigadores, fotografias, medidas instrumentais não invasivas e biópsia cutânea. As diferenças dos resultados não foram significativas entre os dois grupos.

Conclusão

A conclusão dos autores deste último estudo foi que, apesar da isotretinoína oral ter se mostrado segura no esquema terapêutico utilizado, a eficácia foi igual à do uso do hidratante e filtro solar quanto ao aspecto clínico, profundidade das rugas e elasticidade da pele fotoexposta.

Nas biópsias de pele, não foram observadas alterações significativas em relação ao fotoenvelhecimento, mas houve redução significativa na expressão da proteína p53 epidérmica nas pacientes tratadas com isotretinoína oral, mesmo em dose baixa.

Esse resultado pode indicar uma perspectiva do seu uso na prevenção das queratoses actínicas e câncer de pele para pacientes com fotoenvelhecimento avançado ou grave.

Segundo os autores do estudo, parece que a indicação indiscriminada dessa droga para tratar o fotoenvelhecimento, com finalidade estética, particularmente na mulher adulta em idade fértil, deve ser desencorajada.

Fonte: Boletim SBCD Nº 62 Nov/2010 (Artigo: Retinóides no Envelhecimento, de Ediléia Bagatin)

Dr. Roberto Barbosa Lima

Médico Dermatologista

Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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