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Redução do estresse e prevenção do envelhecimento

O envelhecimento da pele é influenciado por inúmeros fatores. Os principais são genéticos, que determinam as características da pele (cor, hidratação, oleosidade, hipersensibilidades), ambientais (quantidade de luz solar incidente, clima, condições do meio) e de estilo de vida (qualidade da alimentação, ritmo de atividade e repouso, capacidade de manter baixo nível de estresse).

Sabe-se hoje que o aspecto que as pessoas apresentam, a partir dos 30 anos, pode não ser o que seria natural para sua idade. Suas condições biológicas são, na grande maioria das pessoas, as que deveriam ter dois, cinco ou dez anos além da sua idade cronológica atual. Significa que as pessoas aceleram a passagem do tempo, criando os efeitos futuros, e envelhecem mais rapidamente do que seria o processo normal.

Há pessoas com 50 anos, que aparentam ter 60 e outras com a mesma idade e com aspecto de 40. Entre as duas o comum é a que aparenta 60 anos, mas o natural é aparentar 40. Assim, quando as pessoas se surpreendem com o aspecto mais jovem de alguém com mais idade é porque estão acostumadas com o desgaste prematuro. Deveriam surpreender-se com o fato de alguém mostrar mais idade do que tem.

Estresse e envelhecimento

Um dos causadores do envelhecimento precoce já se sabia, por observação direta, é o estresse negativo, ou seja, aquele que obriga o organismo a despender mais energia. É denominado distresse em oposição ao eustresse, que é a tensão saudável, que nos permite funcionar normalmente.

Uma experiência que demonstrou o papel do estresse no envelhecimento foi feita com ratos de dois meses de idade. Eles foram submetidos a condição de estresse extremo ao serem colocados em cubas com água. Não sendo bons nadadores, pode-se imaginar o grau de tensão desses ratos ao se debaterem para sair da água e se agarrarem à parede lisa da cuba. Quando conseguiam salvar-se eram novamente jogados dentro da água e tinham que começar novamente a escapar do afogamento. Isso foi repetido várias vezes cada dia durante 30 dias.

Ao fim desse mês de experiência, cruel como costumam ser as pesquisas em animais, os ratos foram mortos e procedida a necrópsia. O aspecto externo e o estado anatômico dos seus órgãos correspondiam aos de ratos de dois anos de idade, que é o tempo médio de vida desses animais. Unicamente por efeito da carga brutal de estresse os ratos haviam envelhecido dois anos em um mês.

Efeito do estresse sobre os telômeros

Um dos mecanismos de ação do estresse sobre o envelhecimento foi demonstrado pela Dra. Elissa S. Epel e colaboradores, da Universidade da Califórnia, em trabalho publicado online em 2004. Pretendiam investigar a teoria de que o estresse psicológico afeta o encurtamento dos telômeros e a atividade da telomerase.

Telômeros são complexos proteicos de DNA, que envolvem a terminação dos cromossomas. A cada divisão celular encurtam-se e isso serve como marcador celular da idade biológica. A telomerase é a enzima que protege os telômeros; sua diminuição contribui para o aceleração do envelhecimento.

O estudo incluiu 39 mulheres sadias, que cuidavam de filhos com doença crônica, com todas as preocupações e tensões que esse cuidado provocava, e 19 mulheres com filhos saudáveis, que serviram de grupo-controle. As mulheres preencheram um questionário de dez itens no qual avaliavam o nível de estresse em que achavam ter vivido no último mês. O estresse objetivo foi quantificado pelo número de anos de cuidados ao filho desde que a doença foi diagnosticada.

No grupo de mães com filhos doentes, a quantidade de anos de cuidados apresentou relação direta com menor comprimento do telômero, menos atividade da telomerase e maior grau de estresse oxidativo (agressão às células causada pelos radicais livres gerados pelo estresse).

A mesma relação foi observada entre o nível de estresse subjetivo e os marcadores celulares da idade. Nas catorze mulheres que tiveram o nível mais elevado de estresse os telômeros tinham 3110 pares de bases em comprimento, enquanto nas de mais baixo nível de estresse o comprimento tinha em média 3660 pares de bases. Os autores avaliam que essa diferença de 550 pares corresponda a 9 a 17 anos de envelhecimento no grupo mais estressado, considerando que o encurtamento anual é de 31 a 63 pares em média.

Para prevenir o envelhecimento

Os autores concluem que é muito importante praticar intervenções redutoras do estresse o máximo possível, porque o que se passa no nível celular sob ação do estresse não é favorável para a saúde a longo prazo. O Dr. Robert Sapolsky, da Universidade de Stanford, na Califórnia, diz que o encurtamento dos telômeros agora representa o controlador molecular mais plausível do envelhecimento celular.

Em face desse resultado, quem pratica relaxamento muscular, meditação, yoga, tai chi chuan e outros recursos eficientes na redução do estresse está, afinal, facilitando o envelhecimento natural das células e preservando sua idade biológica e o aspecto de sua pele.

Colaboração: Dr. Roberto Azambuja – Dermatologista Sócio Titular da SBD

Dr. Roberto Barbosa Lima

Médico Dermatologista

Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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