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Tocar a pele é estímulo vital

Há uma ocorrência de todo momento na vida das pessoas, que as influencia de um modo muito profundo e à qual elas não dão a devida atenção. Trata-se do toque ou contato físico ou estímulo cutâneo.

Estranhamente, nem os cursos de formação de dermatologistas, profissionais médicos que devem entender tudo da natureza da pele, fixam-se nesse fato que, em certas ocasiões, tem um efeito permanente na vida da pessoa. Somente algumas correntes de psicologia estudam o toque como um evento importante; entretanto, não são levadas em consideração pela medicina nem por setores ortodoxos da psicologia.

Observações sobre o comportamento dos animais mostram que a mãe lambe repetida e prolongadamente todo o corpo dos recém-nascidos e os mantém junto ao seu corpo nos primeiros dias, e isso garante seu crescimento e desenvolvimento iniciais. O afastamento dos recém-nascidos das mães não só dificulta esse desenvolvimento como deprime seu sistema imunitário.

Em observação com ratos albinos, dos quais foram retiradas a tireóide e as paratireóides, verificou-se que muitos ratos acariciados diariamente conseguiram sobreviver a essa condição em oposição aos ratos não acariciados, que morreram na quase totalidade. Também entre coelhos, que foram alimentados com uma dieta hipergordurosa, com o intuito de acompanhar o aparecimento de deposição de placas gordurosas nas artérias, os que receberam estimulação cutânea freqüente deixaram de desenvolver essa condição.

Essas e outras experiências indicaram que, em certas situações, a estimulação cutânea pode significar a diferença entre a doença e a saúde ou entre a vida e a morte.

A importância de tocar os bebês

Em experiência com bebês prematuros, a psicóloga Tiffany Field, da Universidade de Miami, trabalhou com dois grupos de bebês, um que deveria ser tocado somente nas situações necessárias de alimentação e troca de fraldas e outro, que deveria receber acariciamento durante 15 minutos três vezes por dia, sendo que ambos seriam alimentados com a mesma dieta. Ao fim de vinte dias, o grupo que recebeu estimulação física tinha aumentado de peso 47% mais do que o outro grupo e tinha recebido alta seis dias antes.

Mais recentemente, dermatologistas têm observado que crianças com dermatite atópica, uma forma de doença alérgica, que se manifesta na pele de certas crianças a partir dos dois meses de idade, como uma erupção avermelhada, com pequenas bolhas e intensa coceira, respondem melhor ao tratamento, quando os cremes e pomadas utilizados são aplicados pela mãe ou pelo pai com contato terno e amoroso.

A Análise Transacional (AT) dá especial atenção a esse fato ao considerar como fundamental, para o equilíbrio emocional das pessoas, o que é chamado de carícia. Na linguagem da AT, carícia é todo estímulo que o indivíduo recebe, com toque direto ou por qualquer meio. As carícias podem ser positivas ou negativas; as pessoas procuram as carícias positivas, mas, se não as obtêm, buscam mesmo as negativas, pois ambas fazem o indivíduo se sentir vivo.

A ausência de carícias leva à morte, como ficou claro na experiência de René Spitz, que utilizou três grupos de bebês: um grupo, que recebeu carícias três vezes por dia, outro que recebeu contatos nas ocasiões rotineiras e outro no qual os contatos se restringiram ao mínimo. Neste último, várias crianças definharam e morreram da condição chamada marasmo.

A Biodança, sistema de desenvolvimento da personalidade, também dá grande atenção ao contato físico e obtém transformações impressionantes no estado físico, mental e emocional das pessoas.

A Reflexologia e a Acupuntura, por meio da estimulação de certos pontos da pele, obtêm efeitos terapêuticos gerais e específicos. O Reiki transmite energia vital pelo contato com a pele em diversas áreas e são evidentes seus efeitos de equilíbrio físico e curas, tanto que o famoso cirurgião cardiovascular americano Mehmet Oz trabalha com uma curadora na sala de operações.

Tocar a pele: estímulo ao desenvolvimento

Tem-se como certo, hoje, que o contato físico é essencial para que os bebês tenham desenvolvimento físico, neurológico, psicológico e emocional normal. A pele transmite a natureza do contato, por meio dos neurotransmissores e nervos, até o sistema nervoso central e este modula, por meio dos mesmos mensageiros e das células imunitárias cutâneas, o estado da pele.

Aquele princípio de não segurar no colo para não deixar a criança manhosa, já foi provado altamente maléfico. Quanto mais contato a criança tiver, quanto mais prontamente for atendida em suas necessidades de aconchego e carinho mais segura ela será e mais se desenvolverá somática e neurologicamente. Melhor é fazer como as índias dos Andes, que andam com seus bebês às costas o tempo todo ou como as indianas, que massageiam a pele dos bebês com óleo de gergelim até que, naturalmente, eles se aventuram a ir afastando-se com as próprias forças da mesma maneira que acontece com os animais.

Portanto, a pele desempenha um papel certamente decisivo na saúde e na vida psicológica das pessoas e, às vezes, na recuperação de doentes desenganados, existindo relatos de quem tenha saído do estado de coma pela estimulação amorosa e prologada. Isso se passa pela ligação psiconeuroimunocutaneoendócrina, que assegura a interação permanente entre pele, sistema imunitário, sistema endócrino, sistema nervoso e mente

Saiba porque o toque na pele pode fazer a diferença entre uma vida com bons relacionamentos e uma vida de isolamento e depressão no artigo sobre a importância de tocar a pele.

Colaboração: Dr. Roberto Azambuja – Dermatologista Sócio Titular da SBD

Dr. Roberto Barbosa Lima

Médico Dermatologista

Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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