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Fatores emocionais agravam a acne

Todas as pessoas, na fase da adolescência, em algum momento, têm alguma manifestação de acne, por discreta que seja. Cerca de 90% de adolescentes do sexo masculino e 80% do feminino são afetados pelo quadro clínico da acne em grau variável: cravos, espinhas, nódulos.

A acne se caracteriza pelo comedão, que é um acúmulo da gordura produzida pela glândula sebácea associada ao folículo piloso. Por alterações na composição da gordura e nas células descamativas da pele, que se tornam compactadas, essa gordura é retida e forma o cravo, uma pequena elevação da pele. Esta pode ser recoberta de pele normal (comedão fechado) ou ter cor preta (comedão aberto).

A infecção desse comedão por bactérias da pele cria uma pústula, vulgarmente chamada espinha. Uma reação inflamatória da derme pela ruptura da parede folicular, extravasamento do conteúdo purulento e liberação de substâncias ligadas ao processo inflamatório, formam uma lesão avermelhada, inchada e às vezes dolorosa, que é um nódulo. Esta pode expandir-se dentro da pele e criar canais purulentos, chamados sinus.

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Conforme a composição das lesões da acne ela é classificada em graus: grau I (somente cravos), grau II (cravos e espinhas), grau III (nódulos) e grau IV (nódulos e sinus).

Aparência

A aparência é fator decisivo de auto-estima para todas as pessoas. Na adolescência, quando as pessoas estão buscando afirmar-se e criar sua personalidade, a aparência do rosto exerce influência de muito peso, porquanto elas necessitam de admiração pelos outros e de prestígio dentro do grupo da escola e do grupo social.

Todos os que já passaram por esse período sabem que, quando mais precisavam estar com boa aparência, nessas ocasiões é que a acne se agravava. Assim também em períodos de provas ou de outras razões de tensão. A vítima da acne sabe, por experiência e observação pessoal, que seu quadro piora em fases de estresse, ansiedade, preocupação ou depressão.

Esse conhecimento prático vem sendo confirmado por observações científicas nas quais têm sido descobertos os caminhos de comunicação celular responsáveis pela piora da condição cutânea.

Estudos demonstram piora da acne pelo emocional

Numa observação clínica em 94 estudantes de Singapura em fase de alto nível de estresse (antes dos exames do primeiro semestre) e de baixo nível de estresse (durante as férias, após os exames), Gil Yosipovitch e seus colaboradores, da Faculdade de Medicina da Universidade Wake Forest, nos EUA, concluíram que há correlação entre o estresse e a intensidade da acne grau II, principalmente no sexo masculino.

Anteriormente, Masahiko Toyoda e Masaaki Morohashi, tinham verificado a presença de fibras nervosas imunorreativas a um neuropeptídio, chamado substância P, em contigüidade com as glândulas sebáceas. Comprovaram que, quando amostras de pele normal cultivada eram expostas à substância P, ocorria significativo aumento no tamanho das glândulas sebáceas e no número de vacúolos de sebo nas células sebáceas.

Concluíram que a substância P pode estimular a gênese da gordura das glândulas sebáceas e isso pode ser seguido pela proliferação do germe Propionibacterium acnes, que infecta o folículo pilossebáceo e causa sua inflamação. Além disso, pode propiciar uma potente influência sobre as glândulas sebáceas por meio de reações inflamatórias desencadeadas por mastócitos, células que, quando se rompem, liberam histamina, uma substância vasodilatadora e facilitadora da inflamação.

Os autores concluem que fatores neurogênicos cutâneos poderiam contribuir para o início ou a exacerbação da inflamação na acne .

Confirmação

Essas observações dão apoio ao que já vinha sendo demonstrado em pesquisas anteriores e dão razão aos pacientes, que já tinham experimentado agravamento da acne por fatores emocionais.

Embora a acne seja a expressão de diversos agentes causais, como tendência hereditária, tipo da pele, composição da gordura cutânea, estímulos alimentares, cuidados higiênicos e substâncias levadas ao rosto, entre elas os cosméticos, que atuam em conjunto, o equilíbrio emocional exerce um papel relevante por evitar a produção de hormônios estimuladores da formação de comedões e por controlar a ansiedade, que leva a pessoa ao hábito de espremer cravos e espinhas.

Como em qualquer alteração orgânica, viver mental e emocionalmente tranqüilo dá ensejo ao predomínio dos mediadores químicos do relaxamento, os quais mantêm os sistemas em funcionamento harmônico e, portanto, concorrem para a natural resolução dos seus processos fisiológicos e patológicos.

Colaboração: Dr. Roberto Azambuja – Dermatologista Sócio Titular da SBD

 

Dr. Roberto Barbosa Lima

Médico Dermatologista

Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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